Carnaval carioca, 1942 (Foto: Genevieve Naylor/Coleção Peter Reznikoff) |
Vivendo em Greenwich Village, bairro boêmio de Nova York, o casal travou contato com a vanguarda da arte moderna e com os ideais igualitários e antissegregacionistas. Nesta época, Naylor formou-se no New York School of Social Research, centro de estudos que recebeu artistas e intelectuais de esquerda, em sua maioria, imigrantes alemães. A jovem artista iniciou suas incursões pela fotografia em 1937, aos 22 anos, contratada pelo Work Progress Administration para documentar a vida no bairro negro do Harlem.
Documento do Departamento de Imprensa e Propaganda autorizando Genevieve Naylor a fotografar no Brasil (Foto: Editora Ermakoff/Divulgação) |
Mãe e filha - Rio de Janeiro, 1941 (Foto: Genevieve Naylor/Coleção Peter Reznikoff) |
Praia de Copacabana - Rio de Janeiro, 1941 (Foto: Genevieve Naylor/Coleção Reznikoff) |
Já o cronista Aníbal Machado louvou as qualidades técnicas e o interesse da fotógrafa da Boa Vizinhança pelo social: “Via-a saindo pela madrugada ou à noite, indiferente às intempéries, obstinada na realização de seu trabalho [...] Mais que a excelência técnica, o que é preciso louvar nos trabalhos de Miss Genevieve é o sentido sociológico com que ela utilizou a objetiva, revelando um espírito corajoso e sincero, e, não raras vezes, comovido diante da realidade brasileira [...] Os assuntos populares, humildes, os tais elementos essenciais que compõem a fisionomia do nosso povo são captados pela fotógrafa da Boa Vizinhança. Mas sua maneira de fixar a realidade nada tem de monumental. Nada de cachoeiras, de edifícios monumentais, de paisagens idílicas. Sua visão poético-sarcástica por vezes evoca a arte sul-realista. Um país - O Brasil - captado então na sua força real: assim, no carnaval, a alegria é antes uma vibração convulsiva da tristeza que procura atordoar-se... como se estivesse procurando o resumo etnográfico. Importante o olhar, a percepção das imagens simples, que permite a recuperação dos tempos históricos acomodados no cotidiano, mas que resgata a vida de cada um em sua profundidade e intensidade. Não raro surge uma imagem agônica, áspera porém silenciosa, sempre densa.”
Praia de Copacabana - Rio de Janeiro, 1941 (Foto: Genevieve Naylor/Coleção Peter Reznikoff) |
Carnaval carioca, 1941 (Foto: Genevieve Naylor/Coleção Peter Reznikoff) |
1 comentários
Nossa que bacana!
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