Comportamento

A violência contra a mulher na fotografia de moda

quinta-feira, novembro 24, 2016


Por muitos anos, subestimou-se o impacto da fotografia de moda e seu poder como objeto de análise histórica. Entretanto, como as demais formas de publicidade, a fotografia de moda reflete os valores da sociedade em seu tempo: das representações pictóricas vistas nas páginas das primeiras edições da Vogue, no início do século 20, chegamos aos cliques de fotógrafos como Helmut Newton, recheados de erotismo e – muitas vezes – violência.
Apenas recentemente, os debates feministas trouxeram à tona a existência de peças publicitárias de moda que promovem a glamourização da violência contra a mulher, suscitando reflexões acerca da propagação da cultura do estupro pelas grandes mídias.

A VIOLÊNCIA SEXUALIZADA EM PROPAGANDAS HISTÓRICAS

Já na década de 1960, marcas e lojas de varejo promoviam a violência contra a mulher. Exemplos disto são as propagandas das marcas americanas de roupas masculinas Broomsticks e Dracon.

Anúncios da marca americanas de roupas masculinas Broomsticks - Década de 1960 (Foto: Reprodução/Propagandas Históricas)

Anúncio da marca americana de roupas masculinas Dracon - Década de 1960. A propaganda diz: "É bom ter uma garota em casa" (Foto: Reprodução/Propagandas Históricas)

No Brasil, a violência sexualizada esteve presente neste anúncio de setembro de 1969 da revista Êle e Ela, direcionada ao público masculino. A imagem traz três mulheres nuas acorrentadas a uma bola de ferro. O anúncio recomenda ao homem: “Uma receita que está fazendo sucesso no mundo inteiro. Prenda no mínimo três mulheres, para ter – mais ou menos – a certeza de que não acabará sozinho.”  

Anúncio de edição de setembro de 1969 da revista masculina Êle e Ela, mostrando três mulheres nuas acorrentadas a uma bola de ferro. A propaganda recomenda ao homem: "Prenda no mínimo três mulheres, para ter - mais ou menos - a certeza de que não acabará sozinho" (Foto: Reprodução/Propagandas Históricas)

SEXISMO E DOR

Confira outras propagandas controversas. 

Dolce & Gabanna, 2007 (Foto: Reprodução)

Calvin Klein (Foto: Reprodução)

12 Magazine, 2012 (Foto: Reprodução)

12 Magazine, 2012 (Foto: Reprodução)

Calvin Klein (Foto: Reprodução)

Relish, 2009 (Foto: Reprodução)

Redwall, 1997 (Foto: Reprodução/Helmut Newton)

Blender, 2010 (Foto: Reprodução)

Duncan Quinn (Foto: Reprodução)

(Foto: Reprodução/Miles Aldridge)

Landscapes With a Corpse, 1995-2008 (Foto: Reprodução/Izima Kaoru)

Johnny Farah, 2013 (Foto: Reprodução)

Foto de capa: Reprodução/Guy Bourdin

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6 comentários

  1. Acho que a parte triste disso tudo é ter que ver anúncios que cultuam isso em pleno ano de 2016.

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  2. Gostaria de relembrar sobre o perfume Black Dahlia acho que da Givenchy. A modelo na propaganda usava faixas nos lugares em que a Dália Negra foi mutilada! Muito tenso, isso me apavorou por dias! Excelente post, incrível para reflexão.

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    1. Eu não tinha conhecimento sobre essa propaganda da Givenchy, Amyh! Que horror!

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  3. Eu não sei se fico chocada ou revoltada. E as pessoas ainda acham que estamos vitimizando quando falamos que a sociedade cultua crimes contra a mulher (e tantos outros). Eu só fico pensando ande vamos parar com tudo isso?

    Até mais!
    Karolini Barbara

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    1. Pois é, Karolini! É um misto de tristeza e indignação. Tudo continua o mesmo.

      Beijos!

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Criado em 2010 por Rafaella Britto, o blog Império Retrô aborda a influência do passado sobre o presente, explorando os diálogos entre arte, moda e comportamento.


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