Cinema e TV

Tônia Carrero por ela mesma

terça-feira, agosto 22, 2017


Por Rafaella Britto –



Há 95 anos, em 23 de agosto de 1922, nascia Tônia Carrero. A musa da Companhia Cinematográfica Vera Cruz conquistou gerações de escritores e poetas, e consagrou-se nos palcos e nas telas como uma das mais belas e talentosas atrizes brasileiras de todos os tempos. “A capacidade de vibrar e de viver é que faz dela uma artista capaz de absorver nas entranhas as mais obscuras e estranhas emoções de suas personagens”, escreveu Rubem Braga. “Com que veemência essa pessoa vive o teatro como parte de sua própria vida!” Muito se disse sobre a deusa de olhos azuis, porém ninguém melhor para falar sobre Tônia Carrero do que ela mesma.



(Foto: Reprodução)


AMORES

“Nunca me aconteceu desejar um homem e não o ter.”

JUVENTUDE

“Você não me conheceu quando jovem... nada era impossível!”

No filme "É Proibido Beijar" (1954) (Foto: Reprodução)


LEMBRANÇAS

“O melhor período da minha vida aconteceu entre os 40 e os 60 anos. Aliás, nenhum ser humano tem história antes de completar 40 anos.”

(Foto: Reprodução)


BELEZA

“A beleza não atrapalha ninguém... Isso não aconteceu com Ingrid Bergman, isso não aconteceu com Greta Garbo, com as mulheres mais lindas do mundo, por que haveria de acontecer com a pobre e medíocre brasileira chamada Tônia Carrero?”

(Foto: Reprodução)


MATURIDADE

“Eu estou vivendo algumas mocidades cada vez mais maduras, uma atrás da outra... acho que estou na quarta mocidade madura.”

(Foto: Reprodução)


CARREIRA

“O que eu quis mesmo foi fazer uma carreira, me descobrir. Nesse ponto, não me afastei nada do meu sonho a meu respeito: tenho exatamente o que quis.”

(Foto: Reprodução)


PAIXÃO

“Tudo na minha vida aconteceu em decorrência das paixões. Sempre quis viver longe da racionalidade. A paixão me empurrou, me fez fazer coisas e por isso não me arrependo de nada.”

(Foto: Reprodução)


LIBERDADE

“A partir do momento em que fiquei sozinha, em 1978, foi tão bom! Houve namoros, mas nada me interessou muito. Passei para uma fase de calma, de busca da conscientização dos verdadeiros valores. Muitos parceiros queriam provar que eram melhores do que eu. Que bobagem! Tudo vaidade.”

(Foto: Reprodução)


VELHICE

“Envelhecer é muito difícil, mas como o outro caminho é morrer... vamos em frente!”

(Foto: Reprodução)


RELACIONAMENTOS

“Prefiro conhecer os defeitos das pessoas para amá-las. Com qualidade todos convivem.”

(Foto: Reprodução)


INTIMIDADE

“Há uma estranha dramaticidade em mim. Uma coisa idealizada... os meus gestos, mesmo os mais íntimos, privados, faço questão de revesti-los de beleza.”

(Foto: Reprodução)


INTENSIDADE

“A beleza sai de dentro, quando quero. Ouço gente dizendo: ‘Ela é demais, não acaba nunca!’”

(Foto: Reprodução)


CACILDA BECKER

“Eu e Cacilda fomos inimigas apaixonadas. Um ano e meio antes de ela ter ficado doente, eu disse a ela que só tinha querido o [Adolfo] Celi por causa dela. Foi a coisa mais gratificante com que presenteei uma mulher. Dei de presente a ela porque sabia que eu a fizera sofrer tanto. Não era exatamente aquilo, não, mas eu queria ser a atriz que Cacilda era. Eu queria o lugar dela. E Celi era a pessoa mais importante do teatro naquele momento...”

Com Cacilda Becker nos bastidores de "Tico-Tico o Fubá" (1952) (Foto: Reprodução/Coleção Aplauso)


SARAH BERNHARDT

“Hoje eu vejo a ressonância que essa mulher tem em mim. E fazer Sarah Bernhardt no fim da vida dela, sem nunca ter envelhecido, é uma coisa gloriosa.”

Como Sarah Bernhardt na peça "A Divina Sarah" (1984) (Foto: Reprodução)


ABORTO

“Nunca quis tirar, mas naquela época a mulher pertencia ao marido e o meu [o cineasta Carlos Arthur Thiré] não queria saber de filhos. Quando me pediu para fazer o terceiro ou quarto aborto, eu disse: 'Chega. Não faço mais!'. E aí nasceu o Cecil [Thiré], quando tinha 19 anos.”

Com o filho Cecil Thiré no ensaio da peça "Casa de Bonecas", 1971 (Foto: Reprodução/O Globo)


MATERNIDADE

“Se eu tinha sonhos de ser uma estrela internacional, eles acabaram no dia em que Cecil nasceu. Eu me amarrei aqui, porque não saberia viver longe dele. Cecil foi sempre o motivo da minha vida, aquele que impulsionou todas as minhas decisões. Foi sempre muito importante agradar e manter o respeito do Cecil. E ele é um filho que jamais deixou de corresponder a esse carinho. Um dia, no calor de uma separação, ele me disse: ‘nós só contamos um com o outro’. É bom ouvir isso.”

Com os netos Luísa, Miguel, João, Cecil, e o primeiro bisneto, Vitor (Foto: Reprodução/Coleção Aplauso)



FAMÍLIA


“Os meus netos não sabem a importância que o nascimento deles teve na minha vida. Durante muitos anos eu busquei a juventude e me fazia muito mal ver a minha beleza se desmanchando, se desfazendo aos meus olhos. Depois que tive netos, mudei completamente a minha forma de encarar a vida, aceitei com muita naturalidade o inexorável envelhecimento, me aceitei muito mais. Devo isso a eles, que agora irão saber disso.”



Foto Capa: Reprodução/O Globo



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Criado em 2010 por Rafaella Britto, o blog Império Retrô aborda a influência do passado sobre o presente, explorando os diálogos entre arte, moda e comportamento.


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