Cultura

A verdadeira Downton Abbey: o legado de Lady Almina e o Castelo de Highclere

sexta-feira, outubro 30, 2015

Por Rafaella Britto

O casamento de Lorde Porchester e Catherine Wendell, em 1922
(Foto: Arquivo do Castelo de Highclere)

Ao redor do mundo, espectadores acompanham os dramas e aventuras da família aristocrática Crawley e seus criados na fictícia propriedade de Downton Abbey. A série britânica arrebatou, desde sua estreia no Reino Unido, em setembro de 2010, os principais prêmios da teledramaturgia, como Emmy Awards e Globos de Ouro, e entrou para o Livro Guiness dos Recordes de 2011 como “o programa de televisão em língua inglesa mais aclamado pela crítica do ano”. É considerada a série britânica de época de maior sucesso desde “Brideshead Revisited”, de 1981.
Julian Fellowes, criador de “Downton Abbey”, inspirou-se na extraordinária história do Castelo de Highclere, propriedade rural utilizada como principal cenário da trama: na vida real, a suntuosa construção, datada da década de 1600, foi palco dos amores e tragédias da família aristocrática Carnarvon. Fiona Carnarvon, atual proprietária do Castelo e detentora do título de 8ª Condessa de Carnarvon, debruçou-se sobre os arquivos da propriedade e os registros de seus antepassados. 
A pesquisa originou o livro “Lady Almina e a verdadeira Downton Abbey: o legado perdido do Castelo de Highclere”. A obra traça de maneira minuciosa o panorama histórico da Inglaterra do período vitoriano à década de 1920, tendo Lady Almina, Condessa de Carnarvon, como principal personagem. Herdeira do banqueiro Alfred de Rothschild, a fortuna de Lady Almina manteria a propriedade no centro da agitação britânica e financiaria as escavações da tumba de Tutancâmon, no Egito, realizadas por seu marido, o Conde de Carnarvon.

Os Carnarvon em Highclere - Década de 1920
(Foto: Arquivo do Castelo de Highclere)

Origens e casamento

Lady Almina e Lorde Carnarvon casaram-se em 26 de junho de 1895, na igreja anglicana de Saint Margaret, próxima a abadia de Westminster. A imprensa ofereceu ampla cobertura à cerimônia, não somente por sua pompa, mas pelos mistérios envolvendo as origens da noiva.
Almina Victoria Marie Alexandre Wombwell nasceu em Paris, em 15 de agosto de 1876. Sua mãe, Marie Wombwell, era filha de um banqueiro parisiense. Almina viveu sua infância entre Paris e Londres, e adolescência no número 20 da Bruton Street, W1, no centro de Mayfair. Marie, embora casada, vivia separada de seu marido, pai de Almina, o capitão Frederick Wombwell. Frederick Wombwell tornou-se conhecido por seu vício em jogatina e alcoolismo, e possivelmente tenha sido um ladrão, o que conferia a Marie credenciais ruins. Entretanto, a casa em Mayfair recebia visitas ilustres, e através de seu pai, que possuía vastos contatos no universo dos banqueiros, Marie Wombwell conheceu Alfred de Rothschild.
Alfred de Rothschild, membro da poderosa família judaica Rothschild, possuía lugar de destaque na vida pública: por 20 anos, fora diretor do Banco da Inglaterra. Cultuava a vida de playboy solteiro, com gastos, luxos e prazeres. Como seus irmãos, permaneceu judeu praticante, apoiando sinagogas e instituições filantrópicas. Alfred e Marie descobriram em comum o amor pela ópera e teatro, e logo tornaram-se amigos, e, posteriormente, amantes. Alfred garantiria o sustento de Marie e Almina, que crescera cercada de mimos do pai ilegítimo.

À esquerda, retrato de Almina Wombwell quando criança; à direita, retrato de Alfred de Rothschild na juventude
(Fotos: Arquivo do Castelo de Highclere/Livro: "Lady Almina e a Verdadeira Downton Abbey")

As origens de Almina impediram-na de frequentar os grandes salões da alta sociedade, onde pudesse conhecer um cavalheiro adequado para se casar, como ocorria às demais damas de sua idade. Almina e George Herbert encontraram-se poucas vezes durante reuniões, e jamais haviam tido a oportunidade de estarem a sós. Almina era o ideal de beleza de seu período, considerada a “Vênus de Bolso”: moça de tipo mignon, olhos azuis e cabelos castanhos. Winifred Burghclere, sua futura cunhada, descreveu: “Muito bonita, com uma aparência imaculada e cintura minúscula.” A beleza de Almina, somada a sua grande fortuna, atraiu George Herbert. Um convite para dançar, e o casamento estava arranjado.
A cerimônia de casamento contou com a presença de importantes personalidades como o ministro Lorde Rosebery, demais membros da família Rothschild, e famosos músicos e organistas como a prima-dona Adelina Patti. A rainha Vitória, que vivia reclusa desde a morte de Príncipe Albert, enviou suas saudações ao recém-casal. Para salvar as aparências, Alfred de Rothschild fez-se de padrinho de Almina.

Ouça um dos registros da voz de Adelina Patti, pertencente à trilha sonora de Highclere: 


O jornal Penny Illustrated publicou na coluna “Mundo da Mulher” uma foto de Almina de corpo inteiro e descreveu minuciosamente os detalhes de seu vestido de noiva, de autoria do costureiro parisiense Charles Worth.  
George Edward Stanhope Molyneux Herbert, o quinto conde de Carnarvon, completava 29 anos no dia de seu casamento. Era um jovem charmoso e disputado entre as damas da sociedade inglesa, porém reservado. Seus interesses consistiam em viagens, literatura, antiguidades, matemática e tecnologias. Ao longo de sua vida, empreendeu viagens ao Rio de Janeiro, Egito, Índias Ocidentais, ilhas de Cabo Verde e Japão. Despojado, só usava sobrecasaca quando era impelido a comparecer a reuniões sociais. Já Almina, então com 19 anos, era uma adolescente vivaz, e emergia da vida de menina mimada a esposa representante da alta classe britânica.
Após a comemoração, o casal seguiu para sua nova casa, em Highclere.

À esquerda, Lady Almina, Condessa de Carnarvon, em sua realeza; à direita, retrato de George Edward, Conde de Carnarvon, na juventude
(Fotos: Arquivo de Highclere/Livro: "Lady Almina e a Verdadeira Downton Abbey")

A vida em Highclere

Os primeiros anos de casados consistiram em viagens ao exterior, caçadas, bailes e festas. Almina estava consciente de seu mais novo papel e influência na sociedade britânica. A condessa viúva, madrasta de George, apresentou Almina, sua sucessora, a princesa de Gales, - que, na ocasião, representava a rainha Vitória – em 10 de junho de 1896, no Palácio de Buckingham. O Castelo de Highclere conservava estrutura patriarcal. A arquitetura vitoriana era marcada por influências medievais. A atual construção foi concluída em 1842, por Charles Barry, arquiteto do Parlamento inglês.

Uma antiga fotografia do Castelo de Highclere
(Foto: Arquivo do Castelo de Highclere)

Highclere era regada a festas luxuosas, financiadas por Alfred de Rothschild, e Almina revelou-se uma talentosa anfitriã. O castelo era também um grande campo de caça, e Lorde Carnarvon disputava com amigos íntimos o mérito de melhor caçador da Grã-Bretanha.
A Condessa engravidou pela primeira vez durante as férias de verão no Egito, e o casal retornou a Highclere. Almina mudou-se para a casa da condessa viúva e, em Londres, deu à luz a um menino. “Como era tradição, recebeu uma longa lista de nomes: Henry George (em homenagem ao pai — dois típicos nomes Carnarvon) Alfred Marius Victor Francis. Na prática, era em geral chamado de Porchy, como o pai fora e como seu filho seria, anos mais tarde”, escreveu Fiona Carnarvon.

Retrato de Lady Almina com seu filho e herdeiro, Henry George
(Foto: Arquivo do Castelo de Highclere)

Almina engravidou de sua segunda filha, Evelyn Leonora Almina – Eve -, em 1901, pouco tempo antes da morte da rainha Vitória. 

“(...) a rainha Victoria faleceu em Osborne House, sua casa de férias na Ilha de Wight. Ela estava rodeada de seus filhos e netos. O filho, Bertie, príncipe de Gales, prestes a se tornar Edward VII, já tinha sessenta anos. Seu neto mais velho, o cáiser Guilherme II da Alemanha, que treze anos mais tarde lideraria esse país contra a nação de sua amada avó, estava também ao lado de sua cama. A rainha Victoria estivera no trono por quase 64 anos e presidira a consolidação da Grã-Bretanha como principal personagem no cenário mundial. Seu nome ainda é sinônimo de uma era. Para seus súditos, que somavam um total de 440 milhões por todo o Império, sua morte foi um acontecimento memorável.
O corpo da rainha foi velado no castelo de Windsor durante dois dias. O país inteiro ficou em luto profundo: todos os adultos usaram preto, e as lojas foram adornadas com bandeiras pretas e roxas. Todos os gradis de ferro foram repintados de preto para que se tornassem apropriadamente mais lúgubres.”

Embora inexperiente em questões políticas, o futuro rei Eduardo VII foi coroado em 9 de agosto do ano seguinte, e seu reinado mostrou-se eficiente, dando início a uma nova era de glamour e elegância: a era Eduardiana.

A vida no andar de baixo

Na época de Almina, a criadagem de Highclere constituía-se de um vasto sistema hierárquico capitaneado pelo mordomo Streatfield. O conde e a condessa faziam quatro refeições diárias: café-da-manhã, almoço, chá e jantar.
Lorde Carnarvon era bastante preocupado com seus empregados, porém, devido ao seu amor por tecnologias, alguns criados eram céticos quanto ao futuro, em que seriam substituídos por máquinas. Entretanto, muitos empregados de Highclere tornavam-se parte da residência (alguns entravam jovens e lá permaneciam pela vida inteira) e a aristocracia, sua família. 

“As criadas tinham em média dezessete ou dezoito anos quando começavam a trabalhar, e muitas delas estavam vivendo longe da família pela primeira vez. Havia um elemento pastoral no papel desempenhado pelos empregados mais experientes, que deviam identificar qualquer perturbação e impedir que atrapalhasse o funcionamento tranquilo da casa.”

A criadagem de Highclere na época de Almina
(Foto: Arquivo do Castelo de Highclere)

Em grandes casas aristocráticas, as empregadas, se vistas com namorados, eram demitidas, porém em Highclere muitos funcionários mantinham romances entre si, como o cocheiro Arthur Haytes e a cozinheira Minnie Mills.
“O trabalho podia ter sido duro, mas o regime em Highclere não era de todo tirânico. Minnie Wills sempre disse que viera de um lar infeliz e que Highclere acabou se tornando mais que a sua própria casa. O piano na sala dos empregados e o cuidado de servir chocolate no final do dia atestam um regime benevolente. O pessoal gozava de viagens a Newbury e, mais tarde, às pistas de corrida. Havia, além disso, um baile anual na biblioteca, para o qual os empregados de todas as outras mansões da vizinhança eram convidados. Lorde e Lady Carnarvon mantiveram a tradição de fazer de Highclere uma ‘residência de gentileza’. Winifred, cunhada de Almina, observou isso com aprovação. E, como disse a babá Moss, estimada ama do sexto conde: ‘Ninguém do castelo de Highclere jamais irá para o inferno.’”


Funcionários do castelo em um passeio ao portão de Beacon Hill, no periodo Eduardiano
(Foto: Arquivo do Castelo de Highclere/Livro: "Lady Almina e a Verdadeira Downton Abbey")

Período pré-guerra

Apaixonado por carros, Lorde Carnarvon era constantemente multado por suas transgressões na estrada, e um acidente na Alemanha mudaria sua vida.

“Carnarvon tentou desviar o veículo da estrada, mas o acostamento de capim escondia um monte de pedras, e ele perdeu o controle do carro, que derrapou, capotou e terminou com as rodas para cima numa vala lamacenta. Trotman, jogado longe, correu para ajudar Carnarvon, e conseguiu arrastá-lo, inconsciente e imóvel, mas ainda respirando. Alguns trabalhadores de um campo na vizinhança ouviram os gritos desesperados de socorro e saíram em busca de uma carroça puxada a cavalo para transportar o ferido até a casa mais próxima, a fim de esperar a chegada do médico local. Carnarvon estava com o rosto inchado, contundido, as pernas queimadas, um pulso e a mandíbula quebrados, e coberto de lama. Teve sorte de não morrer.”

Aos 35 anos, Lorde Carnarvon precisou utilizar bengala e tornou-se suscetível e gripes e viroses. Os cuidados de Lady Almina revelaram sua mais aclamada habilidade: a enfermagem. O médico recomendou-lhe que evitasse os invernos rigorosos da Inglaterra. Assim, os Carnarvon viajavam todos os anos para o destino favorito do conde na Terra: o Egito. Lorde Carnarvon trocou a montaria pelo golfe e revelou-se um dos mais talentosos fotógrafos de seu tempo. Em 1902, fundou o haras de Highclere.
Lorde Carnarvon decidiu transformar a paixão por antiguidades em trabalho, e iniciou as escavações em sítios arqueológicos do Egito, recuperando valiosos objetos históricos. O conde era conhecido por seu ‘olhar clínico’ para escavações, e logo tornou-se amigo inseparável do egiptólogo e arqueólogo Howard Carter. Juntos fariam, quinze anos mais tarde, a última grandiosa descoberta da arqueologia: a tumba do faraó Tutancâmon.  

Filmagens raras mostram Howard Carter e Lorde Carnarvon no Egito, durante o período de escavações no Vale dos Reis:


Almina, por sua vez, dedicou-se à paixão por moda e tornou-se ícone de beleza de seu tempo. Os meios de comunicação glorificavam seu bom gosto estético: “Seu vestido de orquídeas brancas foi muito admirado”; “Ela estava muito elegante em musselina branca com incrustações em renda fina”; “Lady Carnarvon estava linda em cetim terracota com um colar de pérolas e diamantes”.


Ativismo político

A ascensão das classes trabalhadoras e o intervencionismo estatal sobre a aristocracia britânica impeliram Lady Almina a envolver-se brevemente na defesa das causas conservadoras. Segundo Fiona Carnarvon em “Lady Almina e a Verdadeira Downton Abbey”, a condessa demonstrava qualidades de oradora e discursava acerca do importante papel da mulher na condução das sociedades, porém estava longe de ser uma feminista e era contrária ao sufrágio universal. Registros de Highclere revelam alguns de seus discursos: 

“A Constituição sob a qual florescemos e em que encontramos a mais alta civilização e a mais perfeita liberdade está em perigo. Não se esqueçam, cochilamos em 1906 [quando o Partido Liberal teve uma vitória avassaladora e os conservadores perderam sua cadeira em Newbury] e o mais leve enfraquecimento no nosso trabalho pode pôr em perigo a cadeira do senhor Mount.”

Retrato de Almina, quinta condessa de Carnarvon, em 1899
(Foto: Arquivo do Castelo de Highclere/Livro: "Lady Almina e a Verdadeira Downton Abbey")


Primeira Guerra Mundial

Da mesma maneira como ocorreu em “Downton Abbey”, Highclere, por iniciativa de Lady Almina, tornou-se um dos principais hospitais para soldados feridos durante a Primeira Guerra Mundial. Alfred de Rothschild, já praticante de ações filantrópicas, abraçou a ideia da filha adotiva e ofereceu todos os recursos financeiros necessários a instalação do hospital na propriedade.  A Condessa de Carnarvon, que já desenvolvera suas habilidades na medicina, descobriu na enfermagem sua paixão, e centenas de famílias ficaram gratas por seus esforços. 

Era deliciosamente típico de Almina o que ela fez a seguir: encomendou uniformes de alta-costura para suas enfermeiras. Os vestidos eram feitos em fina lã, num alegre cor-de-rosa, com toucas e aventais brancos engomados. Esse detalhe impunha o tom: Highclere seria um hospital de vanguarda, mas também um refúgio sensual dos horrores do combate. Almina se mostrou uma mestra instintiva do que hoje poderíamos chamar de medicina holística. Ela entendeu que tratar os soldados feridos como indivíduos com necessidade de espaço, tempo e conforto, além de cuidados médicos, era a chave do sucesso.”

Muitas mulheres abastadas, como a cortesã e amante de Eduardo VII, Agnes Kayser, fundavam casas e hospitais para atender aos soldados em condições debilitadas.


Lady Almina em um jogo de tabuleiro com soldados feridos em Highclere
(Foto: Arquivo do Castelo de Highclere)

Anos 1920 e atualidade

Porchy, filho e herdeiro dos Carnarvon, casou-se com Catherine Wendell, socialite americana que não possuía grande fortuna, contrariando o desejo dos pais. Evelyn, a mais nova, casou-se com Brograve Beauchamp. Lorde Carnarvon faleceu 5 de abril de 1923, em Cairo, no Egito, à época de conclusão das escavações da tumba do faraó Tutancâmon. No final do mesmo ano, Almina casou-se pela segunda vez, com o tenente-coronel Ian Dennistouns, em um cartório de Londres. Após a morte de Lorde Carnarvon, Almina financiou as escavações de Howard Carter em memória do falecido marido.

Catherine Wendell e os filhos Henry e  Anne Penelope
(Foto: Arquivo do Castelo de Highclere)

A aristocracia de Highclere resistiu à mudança dos tempos, porém a Segunda Guerra Mundial geraria grandes revisões em sua estrutura tradicional. A atual Condessa de Carnarvon, Fiona, mantém o discurso de continuidade semelhante ao de Lorde Grantham em “Downton Abbey”: “O desafio para Highclere é garantir que o castelo e os negócios da propriedade permaneçam fortes o suficiente para preservar sua rica herança.”

Fiona, 8ª Condessa de Carnarvon
(Foto: Reprodução)

Referências:

Condessa de Carnarvon. Lady Almina e a Verdadeira Downton Abbey: o legado perdido do Castelo de Highclere. Editora Intrínseca - 2012 - Tradução de Helena Londres.

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5 comentários

  1. Adorei seu texto, com ele irei fazer novas buscas!
    Mas fiquei em duvida, os acontecimentos de Downton Abbey sao fictícios e sua maioria então? Eu realmente achava que não, no sentido de acontecimentos e etc, o enredo em si, mas vejo que pelas datas por exemplo não temos uma igualdade, como a morte do conde entre outros
    Fiquei na duvida agora rs
    Alias sou o BoB =--]

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    1. Que bom que gostou, fico feliz! Sim, os acontecimentos de Downton são, em sua maioria, fictícios. Existem alguns elementos da história real que inspiraram o enredo da série. Na história real dos Carnarvon, por exemplo, existiu, de fato, uma Condessa Viúva. E, como mostra o artigo, o Castelo serviu como um hospital para soldados feridos durante a I Guerra.

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  2. Interessante !Mas observei q so alguns fatos verdadeiros sao revelado na serie.Queria mais detalhes

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