Cinema e TV

“Bonequinha de Luxo”: a elegância do pretinho básico

sexta-feira, maio 27, 2016

Por Rafaella Britto


Consagrada nas telas e na vida, Audrey Hepburn, ao longo de sua carreira, interpretou papéis memoráveis, que lhe valeram os principais prêmios do entretenimento americano. Entretanto, dentre os 28 filmes dos quais participou, nenhum foi mais marcante do que “Bonequinha de Luxo”: a obra consagrou Hepburn como o ideal feminino da segunda metade do século 20 e permanece como referência em moda 55 anos após seu lançamento.

(Foto: Reprodução)

Inspirado no romance homônimo de Truman Capote, “Bonequinha de Luxo” narra a história de amor entre Holly Golightly, uma garota que vive em Nova York e sonha em se casar com um homem rico, e Paul Varjak (George Peppard), um jovem escritor que acaba de se tornar seu vizinho. Inicialmente, Marilyn Monroe foi cogitada para o papel de Holly, mas rejeitou a proposta alegando que interpretar uma prostituta poderia ser prejudicial a sua imagem. Audrey foi contratada em seu lugar, porém só aceitou interpretar o papel mediante a condição de que o diretor John Frankenheimer fosse substituído. Assim, Blake Edwards assumiu a direção do longa.

George Peppard e Audrey Hepburn em "Bonequinha de Luxo", 1961 (Foto: Reprodução)

Blake Edwards e o roteirista George Axelrod reinventaram a ficção de Capote de um jeito leve, omitindo aspectos negativos da trama original que poderiam não ser bem vistos aos olhos da conservadora sociedade da época. Em princípios de 1960, a mulher começava a se afirmar como possuidora de vontades e desejos próprios. Holly tornou-se o símbolo desta nova mulher, e inaugurou um novo padrão de beleza, sem artifícios, e que priorizava por uma silhueta mais longilínea, em contrapartida às curvas voluptuosas das divas antecessoras Marilyn e Jane Russell.

(Foto: Reprodução)

A imagem de Audrey Hepburn usando um vestido preto e portando uma piteira imortalizou-a no imaginário popular. O vestido preto, criação do estilista Hubert de Givenchy, tornou-se um clássico e revolucionou o guarda-roupa feminino.
Givenchy e Audrey eram amigos de longa-data: o estilista já havia vestido a atriz em dois de seus grandes sucessos no cinema, “Sabrina” (1954) e “Cinderela em Paris” (“Funny Face”, 1957). "Eu trabalho mais sobre modelos vivos que com manequins de madeira. Os manequins vivos são fonte de inspiração. Audrey Hepburn encarnou, para mim, um ideal feminino, por suas proporções e também por sua imagem", declarou Givenchy.

(Foto: Reprodução/Vogue)

“Bonequinha de Luxo” foi responsável pela popularização do “pretinho básico”, criado por Coco Chanel nos anos 1920. O conceito é clássico: um único vestido preto pode ser usado em diversas ocasiões diferentes. Todo segredo está nos acessórios. O guarda-roupa de Holly, composto por peças de formas limpas e cores neutras, tornou-se símbolo de sofisticação e versatilidade.

(Foto: Reprodução/Vogue)

RECRIANDO O ESTILO “BONEQUINHA DE LUXO”

Ao longo do filme, Holly usa um mesmo par de óculos escuros, e o mesmo vestido preto adquire aspectos diferentes a partir dos acessórios escolhidos: para o dia, ela escolhe um enorme chapéu flying saucer. Para noite, o glamour fica por conta das joias. Recrie o estilo da personagem com um vestido preto da Moschino de comprimento midi e um sapato de salto baixo Salvatore Ferragamo. Como acessórios, brincos Uzerai Edits e colar de pérolas ‘Cheyne Walk’ da Aurelie Biderman. Por fim, complemente o look com um óculos redondo Thierry Lasry e um chapéu de palha de abas largas Reinheard Plank. A faixa de cetim em torno do chapéu pode ser customizada por você mesma. As luvas são opcionais. Todas as peças estão à venda na Farfetch.

Vestido preto Moschino - R$ 3.168,00
Sapato Salvatore Ferragamo - R$ 3.520,00
Colar de pérolas Uzerai Edits - R$ 1.057,00
Brincos 'Cheyne Walk' Aurelie Biderman - R$ 3.310,00
Óculos redondo Thierry Lasry -  R$ 4.180,00
Chapéu de palha Reinheard Plank - R$ 2.240,00 

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Criado em 2010 por Rafaella Britto, o blog Império Retrô aborda a influência do passado sobre o presente, explorando os diálogos entre arte, moda e comportamento.


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