Cinema e TV

“Narciso Negro”: um espetáculo em Technicolor

terça-feira, outubro 11, 2016

Por Raphael César, autor convidado –


Lançado em 1947, “Narciso Negro” é uma obra-prima do cinema. Indicado a 10 categorias do Oscar, venceu os prêmios de Melhor Direção de Arte e Melhor Fotografia. E não é para menos: com direção de Michael Powell e um elenco de estrelas que inclui Deborah Kerr, Kathleen Byron e Jean Simmons, o filme nos brinda com um majestoso banquete visual em Technicolor.

Direção de arte de Aldred Junge apresenta cenários pintados à mão (Foto: Reprodução)

Em meio às montanhas do Himalaia, ergue-se o Convento o Santa Fé, o retiro rústico de um grupo de freiras inglesas. O convento era, outrora, o Palácio de Mopu, construído para ser o alojamento das concubinas de um famoso general de Calcutá. A princípio, as freiras pretendem estabelecer no antigo palácio uma escola e um hospital. Mas, conforme o tempo passa, as religiosas sentem que a Índia e, em particular, o palácio despertam desejos e paixões ocultas da carne.

Kathleen Byron e Deborah Kerr no drama "Narciso Negro" ("Black Narcissus", dir. Michael Powell, 1947) (Foto: Reprodução)

A direção de arte é assinada por Alfred Junge, que reuniu uma frota de talentosos designers para a produção do filme. Estudioso da arte do século 17, Junge se inspira no misticismo da Índia e traz painéis ornamentados em madeira nobre e murais pintados à mão. Os efeitos visuais de Jack Cardiff contribuem para criar a realidade do sonho.

Painel de Alfred Junge no interior do Convento: o artista buscou ser fiel ao design tradicional da Índia (Foto: Reprodução) 


Murais pintados: efeitos visuais de Jack Cardiff criam ilusão da realidade dos cenários (Foto: Reprodução)



O anoitecer no Convento Santa Fé (Foto: Reprodução)



Efeitos visuais criam a ilusão de 2.700 metros acima do solo (Foto: Reprodução)

Muito antes de dar início à produção do filme, Michael Powell já havia esboçado os cenários. Os decoradores reproduziram com exatidão os detalhes de seus rascunhos.

À esquerda, cenário de "Black Narcissus"; à direita, esboço do diretor Michael Powell (Foto: Reprodução) 

À esquerda, cenário de "Black Narcissus"; à direita, esboço do diretor Michael Powell (Foto: Reprodução) 

À esquerda, cenário de "Black Narcissus"; à direita, esboço do diretor Michael Powell (Foto: Reprodução) 

À esquerda, cenário de "Black Narcissus"; à direita, esboço do diretor Michael Powell (Foto: Reprodução) 


Perfeccionista, Alfred Junge queria “a arte do cinema no seu melhor”. Em “Narciso Negro”, o diretor de arte mostra a riqueza de seu olhar.


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