“Floradas na Serra”: relembrar Cacilda Becker e Dinah Silveira de Queiroz
sexta-feira, abril 28, 2017A escritora Dinah Silveira de Queiroz, autora de Floradas na Serra (1939) e segunda mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras (Foto: Reprodução) |
(Foto: Reprodução) |
“Cobria-se a Serra de flores. Correu primeiro um balbucio de primavera. Seria já a florada? Botões, aqueles pequenos sinais? No meio dos bosques escondidos entre os montes, o amarelo e o vermelho salpicavam, abriam no verde sorridente espanto. Em lugares mais resguardados, mais favorecidos, em breve surgia a neve florida cobrindo as pereiras e transformando, enriquecendo a paisagem. E logo também floriam os pessegueiros. Junto das favelas, nos parques dos sanatórios, rodeando os bangalôs, à beira das águas mansas, a florada em rosa e branco apontou finalmente, luminosa, irreal.
Perto do pequeno lago em que se debruçavam as pereiras alvas, encantadas, o pintor armou o cavalete. Tocados de primavera, os galhos roçavam a água que reproduzia a fila das árvores. Amarrada à margem a pequena canoa envernizada, vazia, estava juncada de flores que o vento carregara.” [1]
Lucília (Cacilda Becker) e Bruno (Jardel Filho): personagens centrais da tragédia da Vera Cruz baseada no romance de Dinah Silveira de Queiroz (Foto: Reprodução) |
Lucília (Cacilda Becker) e Bruno (Jardel Filho): personagens centrais da tragédia da Vera Cruz baseada no romance de Dinah Silveira de Queiroz (Foto: Reprodução) |
Ilka Soares, Marina Freire e John Herbert em cena de "Floradas na Serra" (Luciano Salce, 1955) (Foto: Reprodução/Acervo John Herbert) |
John Herbert e Cacilda Becker em cena de "Floradas na Serra" (Luciano Salce, 1955) (Foto: BCC/Cinemateca Brasileira) |
Cacilda Becker como Lucília em "Floradas na Serra" (Luciano Salce, 1955) (Foto: BCC/Cinemateca Brasileira) |
Cacilda Becker e Jardel Filho em "Floradas na Serra" (Luciano Salce, 1955) (Foto: BCC/Cinemateca Brasileira) |
Cacilda Becker e Jardel Filho em "Floradas na Serra" (Luciano Salce, 1955) (Foto: BCC/Cinemateca Brasileira) |
1 comentários
Eu assisti a esse filme, e, embora não tenha lido o romance de Dinah Silveira de Queiroz, é inapelável a observação de que a adaptação de uma a outra linguagem, da escrita para o imagético é sempre o desafio dos gênios. Eis um um excelente aspecto para eu começar a prestar atenção, sem perder de vista a grandeza de todas as artes. Obrigado por mais este belo texto, outra importante contribuição para a nossa cultura.
ResponderExcluir